5 de outubro de 2009

Aproveitar o outro!


Pensar nas relações de hoje em dia não é algo muito fácil, é perceptível que tudo é muito fugaz. Você sai a noite, “vê” alguém, que logo já quer te beijar e se a imagem te agradou tu beija e ali tudo acaba. Parece que as pessoas estão com pressa, alias, não parece de fato elas estão.
Não existe mais o flerte, a paquera, a troca de olhares. Tudo que existe é a rapidez de se “aproveitar” um do outro sem a menor pretensão de realmente APROVEITAR o outro. As pessoas não querem mais perder tempo com troca de elogios, com jogos de sedução, o ato de realmente se conquistar alguém. Porque conquistar alguém não é simplesmente beijar, conquistar ta muito mais alem. È abraçar, pegar na mão, olhar nos olhos e depois ter a certeza de que se o momento acabar ali foi uma conquista breve, mas concreta, os dois aproveitaram um ao outro e permitiram que alguém lhes proporcionasse um momento de entrega.
Com a pressa dos tempos de hoje todo esse lado gostoso da paquera não existe mais, as pessoas tem pressa de saberem que estão sendo desejadas, que estão sendo retribuídas. Estão achando por ai que o roçar de línguas é uma grande conquista. Só se for conquista de bactérias. Porque na verdade não existe uma troca nestes encontros fugazes, uma troca real de experiência, só o que existe é uma troca real de bactérias.
È importante redescobrirmos os prazeres de conhecer alguém, de conversar, de permitir que aquela pessoa te conheça. È preciso ter tempo de conhecer as pessoas. È preciso olhar no olho, segurar a mão, e todas estas coisas clichês do mundo dos românticos. Mas o mais importante é preciso ter tempo de estar disposto a investir na troca mesmo que ela seja momentânea. Não adianta reclamar que não se encontra mais homens ou mulheres disponíveis e interessantes. Na maioria das vezes nós não estamos disponíveis, e nem estamos interessados.
Portanto, de que vale ter momentos se não souber aproveitá-los, de que vale conhecer pessoas se não conseguimos, nem por dez minutos, estar com elas. De que vale correr tanto, ter tanta pressa se acabamos em lugar nenhum.