5 de fevereiro de 2010

Carta a um viajante


Eu tão acostumada, a ir e vir, tão acostumada a achar que o mundo é pequeno demais pra mim. Tão acostumada a deixar as pessoas para trás, e seguir adiante nas minhas viagens mais loucas, no meu momento mais calmo de todos, conheci você.
De uma forma totalmente inesperada você surgiu, como tantos outros, e pra ficar pouquinho. Pois, és agora um viajante que cruzou a minha vida.
Mesmo que por pouco tempo, e pelas poucas coisas que te disse, foi importante pra mim observar esta fase transitória de quem esta indo embora. Sempre vivi o inverso. Consigo, talvez melhor do que ninguém, compreender a angustia em que estas vivendo. Angustia que já não vivo mais, já se tornou corriqueiro pra mim arrumar as malas e correr o mundo. Talvez seja essa a importância, observei em ti a ansiedade e a expectativa às quais e não vivo mais.
Bom, como as vezes o melhor conhecimento é a experiência, gostaria de te deixar alguns conselhos, que acho, serão muito uteis nesta nova fase.
Ir embora e correr atrás de objetivos nunca é fácil, porque na busca de realização deixamos pra trás coisas importantes, pessoas importantes, mas saiba que para alcançar os objetivos será sempre necessário abrir mão de algo. E isso é muito doloroso as vezes, mas saiba que pra onde iras, encontrarás novas pessoas que daqui a pouco serão tão importantes quanto estas, e as que ficaram, se realmente forem importantes, permaneceram na tua vida, mesmo de longe. Graças a Deus já inventaram email, Orkut e essa infinidade de recursos virtuais.
De longe irás descobrir o quanto tua família é importante, por mais que já tenhas esta idéia, de longe vais ter real noção do tamanho disto. E perceberá que eles estão longe, mas sempre serão tua família,pois existem laços que não podem ser desfeitos. Então quando te sentires sozinho e inseguro é neles que deves pensar, isso te confortará a alma.
Quando chegares no teu novo lugar, assuma ele como sendo de fato O TEU LUGAR, isso te deixará mais seguro, e então procure ver como as pessoas vivem, quais seu costumes e seus hábitos, procure de verdade fazer parte deste mundo novo, essa é a magia da mudança. Evite comparações, nenhum lugar é igual ao outro e nunca será.
Aprenda que o mundo não tem que se adaptar a você, por mais que isso pareça injusto em alguns momentos, lembre-se sempre que você é o estranho. Então, torne-se uma pessoa adaptável.
Saiba que por mais que doa, saudades a gente mata, supera e depois esquece. Parece cruel, e será principalmente no inicio. Mas no fim das contas passará pra dar lugar a nostalgia de um tempo bom que passou.
Bom, na verdade só vais descobrir tudo isso experimentando.
Então meu ultimo conselho seria este, viva, experimente, teste não tenha medo do novo, ele geralmente guarda surpresas incríveis, momentos inesperados e muitas realizações.
Teu futuro só depende de ti. Deixa o resto que o mundo ajeita!
Tenha uma ótima viagem....na vida!

1 de novembro de 2009

Carta á uma borboleta!


Como disse Cazuza

“Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas.”

Acho que estive contigo no máximo 3 horas, das 24 que podíamos aproveitar, mas foram suficientes pra saber tudo que eu te diria numa carta de despedida...Ta bem, ta bem, sem tanto drama.Numa carta de “até breve”. Só pra saberes eu adoro escrever cartas.
Acho que a minha maior qualidade é me apaixonar com rapidez, e meu pior defeito é me desapaixonar na mesma rapidez e intensidade. Antes de me desapaixonar (como já aconteceu) queria poder ter tido a chance de dizer isso olhando nos teus olhos, mas não pude, não só por não me dares a chance, como por teres medo de olhar nos meus olhos. Minha intenção nunca foi machucar com o olhar, foi sempre acolher. Mas acho que é isso que mais te dá medo, poder ser gostado por alguém, sem ter que dar nada em troca. Preocupas-te tanto em como retribuir que esqueces de aproveitar aquilo que te é oferecido.
Nessa preocupação toda te perdes, em meio a magoas e decepções, porque pior que depositar as expectativas próprias em alguém, é tentar adivinhar as expectativas que o outro tem de nós e tentar supri-las para não “magoar” ninguém. Esqueces de olhar mais pra dentro de ti e ver que o mais magoado de todos é tu, faz as coisas sem vontade, deixas de aproveitar momentos bons para que outra pessoa não se machuque, enquanto aos poucos estás te esfolando dos pés a cabeça, e principalmente o coração. Está na hora de aceitar a idéia da borboleta, bonita e breve...INTENSA. Nem borboletas com toda sua beleza e suavidade, por mais coloridas que sejam agradam a todos, sempre haverá aqueles que as repudiam e aqueles que acham que elas podiam ter um pouco mais de graça e de magia. Por causa de outros, tu esqueces do que és por dentro, esquece tua beleza interior, teu sorriso cativante, teu jeitinho de ser encantador. Conselho meu querido voador, viva um pouco mais, mas viva por ti e não por outros, valorize a tua beleza, e a tua magoa, nunca a dos outros. Se tu não te deres conta o quanto ter um pouco mais de ti mesmo vai te fazer bem, ninguém nunca vai querer aproveitar os momentos contigo por inteiro, sempre serás pela metade.
Achas mesmo que gostar é nunca poder magoar alguém? È viver na iminência de que nunca ninguém será machucado por ti? Então se gostar pra ti é isso, olha na tua volta e repara o quanto as pessoas fazem contigo o oposto do que fazes com elas. Se não fosse assim, tu já terias aproveitado um pouco mais do que o mundo tem pra te oferecer.
Por isso minha querida borboleta, tenta voar o mais alto que puderes... Podes ter a certeza que mesmo tendo sido breve, minha curtíssima historia contigo foi linda...Desde quando me beijasse o rosto, até o ultimo beijo na boca. Mas essa idéia de paraíso é breve e ela já passou. Ficou na lembrança mais saudável e nostálgica dentro de mim, e quando alçares teu vôo mais alto vou estar aqui debaixo admirando o quanto mesmo EU também sendo uma borboleta na tua vida, pude ter minha participação bonita e breve nela.

Como canta Vitor e Léo: “Foi tudo tão bonito mas voou pro infinito, parecido com borboletas no jardim.


PS : Sempre quando eu ver uma borboleta, podes ter certeza, que neste segundo pensarei em ti!

5 de outubro de 2009

Aproveitar o outro!


Pensar nas relações de hoje em dia não é algo muito fácil, é perceptível que tudo é muito fugaz. Você sai a noite, “vê” alguém, que logo já quer te beijar e se a imagem te agradou tu beija e ali tudo acaba. Parece que as pessoas estão com pressa, alias, não parece de fato elas estão.
Não existe mais o flerte, a paquera, a troca de olhares. Tudo que existe é a rapidez de se “aproveitar” um do outro sem a menor pretensão de realmente APROVEITAR o outro. As pessoas não querem mais perder tempo com troca de elogios, com jogos de sedução, o ato de realmente se conquistar alguém. Porque conquistar alguém não é simplesmente beijar, conquistar ta muito mais alem. È abraçar, pegar na mão, olhar nos olhos e depois ter a certeza de que se o momento acabar ali foi uma conquista breve, mas concreta, os dois aproveitaram um ao outro e permitiram que alguém lhes proporcionasse um momento de entrega.
Com a pressa dos tempos de hoje todo esse lado gostoso da paquera não existe mais, as pessoas tem pressa de saberem que estão sendo desejadas, que estão sendo retribuídas. Estão achando por ai que o roçar de línguas é uma grande conquista. Só se for conquista de bactérias. Porque na verdade não existe uma troca nestes encontros fugazes, uma troca real de experiência, só o que existe é uma troca real de bactérias.
È importante redescobrirmos os prazeres de conhecer alguém, de conversar, de permitir que aquela pessoa te conheça. È preciso ter tempo de conhecer as pessoas. È preciso olhar no olho, segurar a mão, e todas estas coisas clichês do mundo dos românticos. Mas o mais importante é preciso ter tempo de estar disposto a investir na troca mesmo que ela seja momentânea. Não adianta reclamar que não se encontra mais homens ou mulheres disponíveis e interessantes. Na maioria das vezes nós não estamos disponíveis, e nem estamos interessados.
Portanto, de que vale ter momentos se não souber aproveitá-los, de que vale conhecer pessoas se não conseguimos, nem por dez minutos, estar com elas. De que vale correr tanto, ter tanta pressa se acabamos em lugar nenhum.

14 de julho de 2009

Alguem avisa o mundo que eu nao quero crescer?!


To começando a ficar assustada. Quem algum dia disse que eu quero crescer? Esse mundo adulto, cheio de drama, de responsabilidades, de deveres e bem poucos direitos, já esta me assombrando, mas minha mente ainda não esta preparada para ele.
Por mais que eu fuja, que eu corra incessantemente, que eu chore e implore a Deus que me mantenha adolescente por mais uns vinte anos, as responsabilidades insistem em chegar. Por mais que a minha mente diga que não estou preparada pra isso, quando o despertador retumba pela manha, ela pensa “Só mais cinco minutinhos.”, minha alma se inquieta, precisa levantar da cama, precisa viver as responsabilidades que o mundo está impondo. E assim eu passo meus dias, lutando entre o que a cabeça pensa, e o que a alma sente. A cabeça diz: “Não quero trabalhar, quero continuar na minha vida de estudante”, minha alma responde “Te mexe guria, o mundo ta girando lá fora, e tu precisa agir”.
To ficando com medo de não conseguir tomar conta de mim mesmo, to com medo de não conseguir tomar todas as rédeas da minha vida, to com medo de ter que cumprir muitos deveres e acabar tendo poucos direitos.
Mas ao mesmo tempo, nada disso está sendo imposto pelas pessoas, quem esta impondo isso é o mundo. E a minha alma esta dizendo que é hora de seguir em frente, de entrar em contato com uma vida nova, de seguir adiante porque infelizmente não posso ter vinte anos pra sempre.
MEDO MEDO MEDO

3 de julho de 2009

AHHH O SOFRIMENTO!!


Estes dias estive pensando e conversando com alguns colegas. Pra poder entender outras pessoas, partilhar os sentimentos, ser empático, ouvir com atenção, fazer disso tudo o teu trabalho, e ainda por cima ser apaixonado pelo que faz, não é pra qualquer um!
Não estou querendo desfazer, nem diminuir a experiência de ninguém, mas é fato que dentro de um curso de psicologia, os colegas que mais se destacam, não por notas, mas pelo seu desempenho, pelo seu carisma, pelo seu lidar com as pessoas em geral, e principalmente com os pacientes são aqueles que tiveram as experiências de vida mais marcantes, como diria o Freud, “mais traumática”.
Complicado explicar isso, porque parece que pessoas que tiveram uma vida relativamente mais tranqüila não se encaixam neste perfil, mas é fato que aqueles que tiveram experiências mais sofridas, conseguem entender melhor, ouvir melhor e ter uma capacidade empática bem mais ampla!
Porque, para quem é leigo é importante esclarecer, não pense que todo estudante, e ate mesmo psicólogo formado, consegue ser empático e compreender o outro. Até os mais sensíveis por vezes não compreendem, porque antes de ser psicólogos, somos a Maria, o João, o José, cada um com suas características e sua subjetividade própria.
Pensando um pouco nisso, de sofrimento, de vida, de infância etc. Cheguei a conclusão que o sofrimento é vital para a vida ser plena... Ò que clichê, já que falamos sempre, e ouvimos repetidamente que todo mundo sofre.
Mas o importante não esta em sofre, mas sim em sentir este sentimento, por pior que ele seja, da forma mais plena possível. Tentando manter a cabeça erguida e os olhos no horizonte, mas senti-lo de forma que se possa com ele aprender, porque é através das nossas experiências ruins e frustrantes que vamos aprender a sorrir, a amar, a sentir prazer, geralmente é através do erro que aprendemos a acertar e não o inverso... Ou vai dizer que vocês já pensaram que acertaram de primeira, e logo aprenderam qual era a forma errada de fazer????
Portanto, por menor que seja o seu sofrimento, não o despreze... Sinto-o...Você ira se conhecer melhor, conhecer melhor os outros e aprender a tirar dos relacionamentos o que de mais sincero e profundo há neles! E esse é o grande barato da vida!