A vida de qualquer um de nós é cheio de altos e baixos, idas e vindas e estas coisas clichês que qualquer pessoa sabe. Também não deixa de ser verdade, mas também não deixa de ser uma mesmice, que se não fossem estes percalços nossa vida não teria a mínima graça.
Parei pra pensar em algo que aconteceu comigo há algum tempo atrás. Me desentendi com uma amiga, que já era amiga de muitos anos.O motivo da briga não interessa, e mesmo que interessasse eu não me lembro para contar-lhes. Interessa o fato que hoje ignoramos uma a existência da outra, se nos encontramos em algum lugar, fingimos que não nos conhecemos.
È claro e absoluto que temos uma visão muito diferente deste desentendimento. E não guardo nada em relação a isso, nem mágoa, nem ódio, nem amor, mas guardo muitas lembranças boas, as ruins, talvez por memória seletiva, fiz questão de esquecer.
Já ela, das poucas vezes que demonstra alguma coisa, deixa bem claro que não tem bons sentimentos por mim.
Mas o que veio em meu pensamento nesta ultima semana foram as lembranças boas que tenho da nossa antiga amizade. Ela estava comigo e me ajudou a arrumar as caixas da primeira vez que resolvi sair de casa, depois ela também ajudou na segunda mudança, e na terceira. Ela estava comigo quando conheci o cara que mudou a minha vida, ela estava comigo quando este mesmo cara me decepcionou, ela estava comigo quando conheci meu noivo, e estava comigo (ao telefone) quando fui encontrá-lo da segunda vez, e liguei para ela pra dizer que estava morrendo de vergonha e ela estava comigo quando eu e ele noivamos.
Estes foram os últimos momentos marcantes em que ela esteve comigo, antes disto tiveram muitos outros, mas se fosse contar eu escreveria um livro, não um blog.
O que quero dizer contando tudo isso é a importância que ela teve na minha vida, e sim como é difícil tu mal cumprimentar alguém que fez parte de momentos tão importantes. Também não quero aqui revelar arrependimentos, porque não tenho. Ela fez parte do que teve que fazer, e saiu da minha vida no momento que tinha que sair. Só não precisava ter saído do jeito que saiu, eu não queria brigar. Mas nós temos de convir que toda relação em determinado momento precisa de férias, e a nossa estava precisando.
Bom, talvez um dia as férias acabem, ou não, o importante pra mim sempre vai ser as lembranças boas que tenho de nós juntas, mesmo que ela não acredite nisso. E magoa ou rancor não me levaria a lado nenhum nem tornaria a minha vida diferente, talvez só mais amarga. E pensando bem, dentro de tantas lembranças boas não cabe sentimentos tão ruins!